Ariane Parolin, Superintendente de hospitais da DASA, chamou atenção para o tema durante sua palestra no evento do PMI São Paulo, Mulheres em Pauta na Sociedade 5.0, que aconteceu nesta quinta-feira, dia 5 de agosto, online.
Mas por que falar sobre isso? “Como líderes nós temos o compromisso de incentivar meninas e mulheres, cobrar compromisso para equidade nas empresas, trabalhar na mudança da cultura para recrutamento e desenvolvimento e lutar para a conscientização da importância da equidade”, ressaltou a palestrante.
De acordo com o World Gender Gap (World Economic Forum) 99,5 anos é o tempo necessário para a paridade de gênero no mundo. O mesmo estudo mostra que, mesmo com os avanços, a mulher ainda recebe muito menos que os homens, apesar de países como a Islândia, Finlândia, Noruega, Nova Zelândia e outros seis países (Top 10) conduzirem ações e leis para que homens e mulheres tenham equidade na sociedade e no mercado de trabalho. O ranking da América Latina, liderado pela Nicarágua, não tem o Brasil entre os Top 10. Os pilares avaliados são economia, educação, saúde e políticas. “A desigualdade de gênero é real e existe a necessidade de eliminar esse desequilíbrio na sociedade e no mercado de trabalho”, disse Ariane.
No Brasil, a relação com a renda (quando o homem recebe e a mulher recebe) é um dos itens econômicos com um score baixo. A política é o principal gap brasileiro. Há pouca participação política feminina. Segundo o IBGE, em 2020, apenas 16% dos vereadores eleitos foram mulheres. Em cargos gerenciais, as mulheres ficam com 37,4% de participação. No rendimento, as mulheres receberam 77,7% em comparação com os homens e a disparidade aumenta à medida que eu os cargos são gerenciais ou de diretoria.
“A pandemia reforçou a disparidade, já que a informalidade aumentou. Precisamos trabalhar para mudar esse cenário, porque o mesmo estudo do World Economic Forum, que apontou antes da pandemia 99,5 anos para que consigamos evoluir e ter uma paridade de gênero, apontou que o período agora é de para 135,6 anos”, reforça Ariane. “Isso sem falar que a pandemia trouxe outros desafios para as mulheres, porque aumentou a carga de trabalho em casa, o estresse e a produtividade consequentemente reduziu. Precisamos trabalhar em ações para que as mulheres se motivem a se manter no mercado de trabalho para que tudo o que foi conquistado não se perca, porque mais de dois milhões de mulheres estão revendo sua posição”.
Por que é um caminho sem volta? Certamente essa geração não verá a paridade de gênero ser concretizada, mas nós podemos incentivar e trabalhar para haja progresso para que as políticas e empresas abram esse caminho. É preciso aumentar os investimentos no setor de cuidados e acesso equitativo à licença médica para homens e mulheres, é preciso ter políticas de requalificação de carreira, incorporar na busca de talentos e na análise de gestão a equidade, principalmente com um olhar importante dentro das profissões do futuro, para que as mulheres também possam ocupar cargos no mercado de trabalho futuro.
O que podemos fazer para diminuir essa disparidade? Nós, líderes, temos oportunidade de recuperar esse tempo perdido para construir economias mais resilientes, investir em locais de trabalho inclusivos, aplicar lente de gênero para as futuras profissões, entre outros esforços.
“Talvez nossos netos verão isso acontecer, mas cabe a nós plantarmos a semente hoje. Quero muito ver na linha do tempo um marco de que a nossa geração plantou uma semente porque nós fizemos um trabalho importante para que isso acontecesse.”
O Mulheres em Pauta na Sociedade 5.0 é patrocinado pela Monday.com e Placker, com apoio da Ana Palu – Facilitações gráficas, Mundo PM, W Drumond, MGS, Crasto e Jornada Colaborativa.
Ariane, gostei do texto e conte com meu apoio. “..nós podemos incentivar e trabalhar para haja progresso para que as políticas e empresas abram esse caminho”.