Quem acompanhou o webinar realizado com Ricardo Vargas, diretor executivo da Brightline™ Initiative, uma coalizão de organizações globais líderes dos setores empresarial, governamental e sem fins lucrativos, incluindo o Boston Consulting Group (BCG), o Project Management Institute (PMI) e a Agile Alliance, absorveu as dicas repassadas por ele sobre cultura e diversidade.
Mas por quê se importar com cultura e diversidade? O gerenciamento de projetos não é o mesmo?
Segundo Vargas, essa capacidade é essencial para os gerentes de projetos que lidam com equipes multidisciplinares e multiculturais, principalmente para quem pretende atuar no exterior. “Muitas coisas dos resultados que colhemos na vida têm um componente enorme, que é fruto de você. Você correr atrás, abrir, se dedicar e ter essa amplitude do que são as oportunidades, do que é diminuir e gerenciar os seus riscos”.
Em 2006, ele aceitou o desafio de ser diretor mundial de projetos da ONU. “Tive a oportunidade de experimentar a maior diversidade da minha vida. Nada é igual ao que se vê dentro da ONU, de diversidade em todos os sentidos”, contou.
UNOPS – Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos
1.200 projetos
130 países
Sede em Copenhagen (DK)
Mais de 300 Gerentes de projetos
Mais de 11 mil funcionários
Mas como trabalhar em um ambiente tão diferente, multicultural, diverso?
10 Dicas de Ouro sobre diversidade
1) As pessoas não precisam concordar, mas respeitar as diferenças é fundamental.
“Concorde em não concordar. Seja profissional, cordial e diplomático. A maior parte das pessoas, quando se depara com uma posição diferente, ou discorda e parte para o confronto, ou toma uma postura passiva. Olhem a última eleição no Brasil, a dificuldade, a incapacidade das pessoas em respeitar quem pensa diferente.
Trabalhar fora do Brasil é diferente. Você não precisa de anular para respeitar. Toda vez que estiver em uma empresa, trabalhando com equipes multidisciplinares – que é a principal tendência no mundo – é preciso concordar em discordar”.
2) Brasileiro é feliz, alegre e simpático. No entanto algumas culturas veem isso como falta de seriedade.
“Você pode ser alegre, simpático, mas na hora de falar sério, você tem que falar sério. Nós todos temos uma visão pré-determinada das coisas. Precisamos mostrar que conseguimos ser sérios, que temos capacidade de trabalhar nos ambientes mais críticos sem perder o bom humor”.
3) Jamais assuma que as pessoas pensam como você.
“As pessoas pensam diferente e cada vez mais diferente. Assumir essa diferença já vai te dar assertividade muito maior no que você faz e na proposta de valor que você tem”.
4) Dress Up! Na dúvida, terno e gravata!
“Na dúvida não é calça jeans e camiseta. Porque é muito mais fácil você se desculpar em um ambiente mais informal do que o contrário. Nunca esteja vestido de uma forma que possa afrontar as pessoas. Se puder, pergunte qual o código de vestimenta”.
5) Diversidade aumenta a criatividade e inspira inovação.
“Quando eu era sócio da AEC, às vezes falávamos alguma coisa e todo mundo concordava. Onde 10 concordam, 9 são dispensáveis. É preciso haver diversidade. Isso aumenta minha capacidade de pensar diferente.
Qual o maior benefício de ter tido a oportunidade de trabalhar na ONU? Foi a oportunidade de trabalhar na diversidade. Era uma equipe de 65 pessoas de 38 países. Uma das coisas mais críticas para mim em qualquer time é a diversidade. Seu cliente é adverso, seu mercado consumidor é adverso, você não pode ter uma inspiração única. Não fomos preparados para isso, mas a maior parte das companhias que estão liderando o mundo tem fortíssima carga de diversidade.
Quanto mais diferente for o time, melhor para a organização e para você. Antes de perguntar sua graduação, sua experiência, ia querer saber qual o seu projeto mais maluco, seu maior conflito, maior fracasso. Eu não tenho um computador para aceitar a diferença”.
6) Respeite o espaço físico individual das outras pessoas.
“Para muitas culturas, a proximidade, o toque não é bem-vindo. Tome muito cuidado. Principalmente mulheres. Mas eu não concordo com isso. Mas vamos concordar em discordar e respeitar”.
7) Deixe o preconceito em casa ou jogue fora na hora de sair.
“Não existe nada mais destrutivo na sua carreira ou na sua capacidade de crescer do que o preconceito. Contra qualquer pessoa que pense diferente de você. Se quiser sair e trabalhar em um ambiente mundial, que vai aumentar infinitamente suas possibilidades, você deve tirar qualquer preconceito. Tem que explorar e entender como aceitar e explorar essas diferentes culturas no seu projeto”.
8) O processo mental das pessoas é diferente. Gaste tempo para entendê-las.
“Nem todo mundo estrutura a atividade cerebral da mesma forma. Somos imediatistas. Fazemos um scan da pessoa e traçamos um esteriótipos. Gastamos um segundo para fazer isso e é um erro. Ainda mais em diferentes culturas. Gaste tempo para entender como as culturas funcionam”.
9) Esteja preparado para nunca mais trabalhar de 09h às 17h.
“Entenda que esse horário não existe mais. Isso é parte do futuro do trabalho. Seu cliente, seu fornecedor está em lugar diferente. Se está buscando esse horário, sai da área de projetos e fica quietinho no seu lugar”.
10) Seja você! Mas permita que os outros sejam os outros!
“O que reforça nosso trabalho em conjunto é o respeito por essas diferenças. Você não precisa se anular para ser aceito, mas precisa que os outros também emitam suas opiniões”.
Para Ricardo Vargas, ter foco é muito importante, saber onde se quer chegar.
“Se você não sabe onde está indo, você vai chegar a algum lugar, mas quando chegar lá pode descobrir que não era onde queria estar. Aonde eu quero ir, como eu quero ir, onde estão minhas fraquezas e como posso melhorar? Auto-conhecimento é imprescindível.”
“If you don´t know where you are going, you are going to get somewhere and you´ll be miserable.” Avinash Kaushik
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